Bolivia

La democracia para ricos nuevamente al desnudo

 

Autor: LOR-CI Barricada Roja

Fecha: 14/9/2003

Fuente: LOR-CI Barricada Roja - Bolivia


A democracia para ricos novamente se desmascara

Os caminhos do altiplano da cidade de La Paz amanheceram este sábado 13 de setembro militarizadas com a evidente disposição por parte do governo de evitar a possibilidade de uma nova arremetida dos trabalhadores do campo e da cidade.

A condenação de trinta anos de prisão a oito dirigentes cocaleros, a perseguição a militantes de direitos humanos colombianos e a pretensa lei antibloqueios, têm acompanhado nas últimas semanas as últimas medidas tributárias do governo de Sánchez de Losada, Jaime Paz e Reyes Villa.

Os objetivos são claros. Passar novamente à ofensiva contra o movimento de massas tentando desarticular um a um os processos de luta e resistência que em vários lugares ameaçam explodir, se apoiando de forma crescente no aparato repressivo do estado e legitimando de forma crescente a perseguição e prisão de militantes operários, camponeses e populares. Mas, como um governo que tem os níveis de popularidade mais baixos do continente e que esteve a bordo do colapso em fevereiro pode tentar semelhante plano?

A democracia para ricos novamente se desmascara

Passados quase sete meses dos acontecimentos de fevereiro que puseram em xeque o governo do MNR-MIR, vemos que a iniciativa política ficou nas mãos das classes dominantes e do atual governo. Não terminaram de se apagar os fogos de fevereiro que o movimirismo, sob a direção da embaixada norte-americana, pôs em marcha um agressivo plano de recomposição de suas instituições de domínio.

Sob as tentativas de se chegar a um acordo nacional que contemple as reivindicações sociais, auspiciadas pelos Direitos Humanos, o colaboracionismo do anterior CE da COB e sob as bençãos dos da igreja católica que buscavam um pacto de compromisso, a burguesia foi criando as condições necessárias para conseguir, como primeiro passo para a atual ofensiva, um grande bloco burguês unificado, caracterizado pelo ingresso de NFR ao governo, o apoio militante e incondicional da alta cúpula eclesiástica, e os bons olhos dos setores mais concentrados do capital financeiro e das multinacionais com o perdão a suas dívidas milionárias. Porém, este grande acordo burguês de sustentar a Sánchez de Losada, não está isento de rusgas internas, disputas e rusgas de diversos calibres, que têm ficado em segundo plano para as classes dominantes, já que todos têm um acordo que é o que vem unindo os mais diversos setores: sua disposição comum em entregar em dilapidar a gasolina e repartir os 5 bilhões de dólares oferecidos.

Com estes objetivos, a burguesia tem conquistado uma importante vantagem que é a de recompor esta democracia para ricos que foi questionada em uma infinidade de combates de rua. A atual situação põe em evidência o fracasso da estratégia dos dirigentes do MAS de "recuperar a democracia seqüestrada pelo neoliberalismo" e a conseqüente tática de trégua e paz social impulsionada desde este partido. Frente às detenções dos companheiros de El Chapare, Evo Morales tem declarado que recorrerá à Corte Suprema de Justiça, depositando novamente confiança nas instituições de esta democracia oligárquica anti-camponesa e anti-operária.

A persistência nesta estratégia, certamente inviável devido ao acúmulo de antagonismos econômicos, sociais, étnicos e políticos, tem permitido somente dar tempo às classes dominantes para passar à ofensiva e semear descrença e desconfiança em parcelas da vanguarda que vêm dando enormes e heróicos combates e que não terminam de ser aproveitados pelas organizações operárias, camponesas e populares para acabar definitivamente com este regime de banqueiros, petroleiros, empresários e astutos parasitas.

Preparar e organizar uma grande luta nacional

Frente aos novos ataques do governo, os dirigentes do MAS, MIP e o novo CE da COB dizem estar dispostos a lutar. Desde a Liga Obrera Revolucionaria pela Cuarta Internacional (LOR-CI), opinamos que a única maneira de enfrentar a atual estratégia do governo de golpear um a um, combinado com doses de repressão para atemorizar a vanguarda, é forjando a mais ampla unidade dos trabalhadores mobilizados e em luta. A COB tem declarado que lançaria a Greve Geral Indefinida, mas a mesma não pode ficar nas mãos de ampliados e dirigentes que muitas vezes não moven nem a sua sombra. É necessário organizá-la e prepará-la convocando um grande encontro de delegados e ativistas operários baseados em assembléia por minas, fábricas e locais de trabalho para que, sobre a base da mais ampla democracia operária, se definam os passos a seguir. É necessário que surja de esta iniciativa, ou outra similar, um Comitê Nacional de Greve que possa articular uma verdadeira coordenadora com todas as expressões do movimento camponês do altiplano, vales e trópico, para lançar uma verdadeira Greve Geral Indefinida com bloqueio de estradas para derrubar o governo e sua democracia. Este é o único caminho para que os trabalhadores do campo e da cidade possamos impor uma verdadeira Assembléia Constituinte que discuta os problemas das maiorias trabalhadoras do país.


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