No dia 7 de outubro, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha,
apoiados por seus aliados da União Européia e a cumplicidade
do governo de Putin, iniciaram os bombardeios contra o Afeganistão,
lançando mísseis cruzeiro sobre Cabul, Candahar e
Jalalabad. Este ataque é o começo da resposta imperialista
aos atentados de 11 de setembro contra o World Trade Center e o
Pentágono que deixaram evidente a vulnerabilidade da primeira
potência militar do mundo. As potências imperialistas
começaram um ataque sobre o povo afegão que já
causa centenas de milhares de refugiados, buscando submeter totalmente
um dos países mais pobres do mundo mediante seus bombardeios
selvagens. Seus objetivos de guerra seriam, até o momento,
destruir as supostas bases da organização Al Qaeda,
capturar ou assassinar Osama Bin Laden e atacar o regime Taleban.
Nós, as organizações revolucionárias
que assinam, condenamos inequivocamente os ataques imperialistas
dos Estados Unidos, Reino Unido e seus aliados. Declaramos que os
Estados Unidos são a maior ameaça terrorista para
o mundo. Exigimos: - o fim imediato e incondicional dos ataques;
- a defesa do Afeganistão contra o ataque imperialista;
- a derrota das forças de Estados Unidos, Grã Bretanha
e da Coalizão;
- a solidariedade com o povo afegão que resiste à
agressão imperialista;
- a defesa das vítimas do fanatismo racista e antiislâmico
no ocidente;
- o fim das leis repressivas e dos ataques às liberdades
civis e democráticas nos Estados Unidos e Europa.
Sem dar o menor apoio ao arqui-reacionário governo Taleban
no Afeganistão ou ao movimento de Osama bin Laden, exigimos
e apoiamos a ação unificada de todas as forças
afegãs (incluindo forças islâmicas) para repelir
o ataque imperialista.
Nos comprometemos a ajudar a construir uma frente única,
a maior possível, contra a agressão imperialista,
unindo os sindicatos, os ativistas anticapitalistas, a juventude,
os camponeses pobres, socialistas, comunistas, anarquistas, iniciativas
de movimentos de mulheres e povos oprimidos em todo o mundo numa
ação comum para derrotar a guerra imperialista.
O primeiro e primordial objetivo da política exterior norte-americana
depois dos ataques de 11 de setembro foi reunir uma grande coalizão
de estados que lhe outorgue o direito irrestrito a perseguir seus
objetivos por qualquer meio, incluindo a ação militar
contra qualquer força, em qualquer parte do mundo, dentro
de qualquer estado. No entanto, ainda que todos declarem apoiar
a ipguerra contra o terrorismolc, Bush não recebeu uma imcarta
brancalm nem a aceitação incondicional dos objetivos
militares e políticos dos Estados Unidos. A adesão
à campanha norte-americana está limitada pela busca
de cada estado de defender seu próprio interesse nacional.
A Rússia disse que colaborará ativamente com a agressão,
mas em troca exige onerosas reivindicações, começando
pelo reconhecimento explícito a seu "direito" sobre
a Chechênia. Na União Européia, enquanto Blair
atua como o principal sócio de Bush, a França e a
Alemanha - com interesses próprios na Região - reclamaram
certos limites à intervenção, temendo que o
conflito leve a uma maior desestabilização. Os governos
árabes e muçulmanos debatem-se entre o apoio aos EUA
e a pressão das massas, onde cresce o rechaço a toda
intervenção norte-americana. Na América Latina,
o alinhamento dos governos com Bush foi ao preço de importantes
discussões internas sobre os termos do mesmo e em meio a
uma oposição da população à agressão
imperialista.
Imediatamente depois dos ataques terroristas de 11 de setembro,
as bolsas de valores despencaram em todo o mundo. O valor das ações
baixou em bilhões. Os donos das empresas aéreas se
apressaram a adiantar planos de demissões massivas; o valor
das companhias de seguros, as indústrias hoteleiras e de
turismo e outros serviços e organizações financeiras
caíram abruptamente. Isso não foi causado unicamente
pelos eventos em Nova York e Washington - estes apenas deram impulso
à crise que já se estava desenvolvendo. As economias
norte-americana e européia estão entrando em recessão
- que já percorre os países semicoloniais do sudeste
asiático, África e América Latina.
Esta enorme intensificação das tensões militares,
políticas e econômicas, no mundo, prova decisivamente
que a ofensiva imperialista "neoliberal" liderada pelos
Estados Unidos não abriu uma época de paz, prosperidade
nem terminou com os conflitos entre os estados nacionais. Ao contrário,
o domínio imperialista norte-americano trouxe consigo um
aumento dramático da instabilidade, da desigualdade global,
dos conflitos de classe e das guerras.
Na frente interna, os governos imperialistas querem aproveitar a
oportunidade cinicamente e usar a crise para reduzir ainda mais
os direitos democráticos e as liberdades civis. Os Estados
Unidos querem deixar para trás a assim chamada "síndrome
do Vietnã", de maneira tal que se possa ir preparando
a opinião pública norte-americana para aceitar grandes
perdas de vidas de homens do serviço norte-americano no conflito
militar. Os Estados Unidos estão usando a reação
de horror de milhões aos ataques terroristas para conseguir:
- direitos legais para empreender uma ação militar
em imautodefesaln sob a Carta das Nações Unidas e
sob as provisões de defesa mútua do Artigo 5 do tratado
de fundação da OTAN;
- a redefinição da OTAN como uma aliança antiterrorista
(que as potências européias bloquearam no ano passado,
mas que agora não podem impedir);
- uma coordenação mais estreita entre as agências
de inteligência e de segurança do mundo;
- controles mais estritos para os refugiados;
- controles mais estritos nas viagens entre estados;
- maior redução às liberdades civis e democráticas
nas democracias capitalistas;
- o direito a empreender uma vigilância irrestrita a indivíduos;
- o direito a examinar contas bancárias e informação
financeira;
- o direito a declarar como terroristas seus inimigos, incluindo
os manifestantes anticapitalistas.
Os Estados Unidos e seus aliados serventes na União Européia
são conscientes de que suas ações imperialistas
correm o risco de unir contra eles os regimes islâmicos, do
Oriente Médio, da Ásia Central e das semicolônias.
Por essas razões, e pelos objetivos globais mais amplos dos
Estados Unidos, o governo de Bush retrocedeu da inicial demagogia
antiislâmica em seu país, ao mesmo tempo em que aumentou
seus esforços diplomáticos no Oriente Médio
para conter seus aliados. Com a ajuda da Grã Bretanha, os
EUA conseguiram o apoio da ditadura militar paquistanesa e seus
esforços diplomáticos conseguiram declarações
de apoio de outros governos do mundo árabe e muçulmano,
ainda que em todo o caso o aval seja condicionado. Parte dessa política
para frear o descontentamento do mundo árabe é, também,
a repentina mudança de política de Bush para o conflito
palestinoisraelense. Pela primeira vez chamou a retomar sem condições
as negociações entre o Estado de Israel e a Autoridade
Palestina, pronunciando-se a favor do estabelecimento de um imestado
palestinoln - na realidade, uma ficção de estado do
tipo do estabelecido nos reacionários "acordos de Oslo"
- com o objetivo de terminar a Intifada e impor uma solução
reacionária ao levante do povo palestino. Mas esta mudança
de política aumentou de imediato as contradições
com Israel - seu gendarme regional - como expressaram as rusgas
da administração Bush com o primeiroministro direitista
Sharon.
O primeiro-ministro italiano Berlusconi e seu vice, fascista, Fini
foram os primeiros dos líderes imperialistas em imsair da
linhala, emitindo, e depois se retratando parcialmente, uma condenação
ao Islã de conjunto e declarando a "superioridade"
da civilização ocidental e cristã. Eles dizen
abertamente o que crêem muitos falcões do Departamento
de Estado, do Pentágono e do Estado de Israel, mas por razões
diplomáticas preferem esconder. Com uma hipocrisia impressionante,
Berlusconi elogiou a cultura ocidental por seus valores democráticos
- enquanto ao mesmo tempo exige o direito de tratar os manifestantes
anticapitalistas e antiglobalização como terroristas
(como fez em julho, quando desatou um terror selvagem contra as
marchas anti-G8).
Apesar de sua política para ganhar o apoio dos governos árabes,
a campanha de guerra imperialista tem o efeito direto de despertar
o racismo antiárabe e antimuçulmano. Nos Estados Unidos
um assassino racista ignorante matou um sikh pensando que era muçulmano,
e houve dezenas de ataques racistas. Temos muitas razões
para temer que estas atrocidades continuem. O movimento operário
e o movimento antiguerra devem encabeçar a luta contra o
racismo e pela defesa dos árabes e muçulmanos. Impulsionaremos
uma campanha massiva contra o racismo e pela autodefesa organizada
das comunidades árabe e muçulmana.
Apesar da diplomacia imperialista, há uma possibilidade séria
de que os Estados Unidos esteja desestabilizando um de seus gendarmes
chave na região - o Paquistão. O ditador Musharraf
é perfeitamente consciente de que há um grande apoio
para o regime Taleban nas cidades do norte como Peshawar, na fronteira
com o Afeganistão - especialmente aquelas com uma grande
população pashtun (o grupo étnico mais numeroso
no Afeganistão). Os islâmicos radicais chamaram uma
Jihad (Guerra Santa) contra Musharraf se os Estados Unidos usarem
o apoio paquistanês para lançar seus ataques. Os clérigos
islâmicos já chamaram uma greve geral contra o governo.
A perspectiva de uma guerra civil no primeiro regime islâmico
equipado com armamento nuclear no mundo deve estar causando uma
profunda preocupação nos Estados Unidos.
Para apoiar Musharraf, Estados Unidos e GrãBretanha avançaram
na suspensão das sanções impostas contra seu
regime por fazer testes com armas atômicas. Estão usando
o papel central das forças de segurança e de inteligência
paquistanesas na criação do Taleban para pressionar
pela rendição do governo afegão.
Os imperialistas estão fazendo outros compromissos para ganhar
novas adesões à aliança dirigida pelos Estados
Unidos. A nova aproximação reacionária entre
Estados Unidos e Rússia foi o mais significativo. Putin declarou
o apoio para a guerra de Bush contra o terrorismo e deu permissão
para que sejam usadas as bases aéreas russas em qualquer
ataque, com a precondição oculta do apoio ocidental
para uma nova ofensiva chauvinista na Chechênia.
O chanceler alemão Schroeder emitiu um chamado a uma maior
"compreensão" do "problema da Rússia
com os 'terroristas islâmicos'".
Na América Latina já se faz sentir a campanha global
de Bush. Os governos estão apegandose à exigência
de maiores medidas de "segurança'. A "cruzada antiterrorista"
é utilizada na Colômbia para justificar uma maior intervenção
imperialista e a ofensiva contra as FARC. Na Argentina, o governo
de De la Rúa a utiliza para justificar um maior papel das
Forças.Armadas nas tarefas de iesegurança internals.
Medidas similares estão tomando outros governos da região,
na contramão do crescimento de sentimentos antiimperialistas
no movimento de massas.
Os discursos que saem da Casa Branca e do Pentágono são
sobre uma campanha prolongada e difícil que pode não
ter nem um claro começo nem um claro fim. Este conflito não
será a Terceira Guerra Mundial, como pretendem alguns meios.
Mas não será uma guerra curta e aguda como a guerra
do Golfo em 1991, mas sim um conflito muito mais intrincado e de
difícil resolução imediata, reinando ainda
até o dia de hoje um importante grau de indefinição
e confusão nos objetivos de guerra do imperialismo.
O objetivo de guerra mais provável pareceria ser eliminar
as bases militares e os campos de treinamento, primordialmente árabes,
de Bin Laden e alentar as forças opositoras da Aliança
do Norte e provavelmente tirar o Taleban do poder, substituindo-o
pelo antigo rei ou uma coalizão que inclua as forças
enfrentadas e fracionadas depostas pelo Taleban em 1995. Esse plano,
contudo, não parece ser simples de aplicar devido às
dificuldades em alcançar acordo da oposição
afegã ao regime Taleban e a oposição do Paquistão
à Aliança do Norte e ao antigo monarca. Qualquer que
seja a continuidade das ações militares e políticas
que iniciaram os Estados Unidos sua intervenção no
Afeganistão pode ativar um verdadeiro barril de pólvora
de enormes implicações regionais. A ofensiva militar
dos EUA enfrenta um cenário complicado e de derivações
imprevisíveis.
A intensificação da miséria que já está
sofrendo o povo afegão é apenas imaginável.
O Afeganistão tem sofrido mais de 20 anos de guerra civil
e sofre a pior seca da última década. Suas mulheres
já vivem sob o tormento cotidiano do regime islâmico
mais extremista do mundo. Há 2,5 milhões de afegãos
refugiados no Paquistão, outro milhão no Irã
e 300.000 no Tadjiquistão. Ssua infra-estrutura é
quase inexistente. Novos bombardeios, ataques e incursões
imperialistas causarão outro êxodo de massas - as ONGs
estimam ao redor de 1 milhão de pessoas.
Ninguém pode deixar-se enganar pela demagogia da ieajuda
humanitárials com que Bush e Blair acompanham seus bombardeios.
As organizações que assinam, como revolucionários
e antiimperialistas, estamos pela derrota das forças imperialistas.
Apoiamos toda resistência que debilite o inimigo na guerra.
Chamamos as organizações da classe operária
e os ativistas antiguerra a organizar ação direta,
greves, boicotes e mobilizações enquanto continue
a ação militar. Chamamos os soldados a organizar a
resistência nas forças armadas, a exigir direitos democráticos,
a oporse aos ataques contra o Afeganistão e rebelar-se contra
os imperialistas e seus generais assassinos de mabélica a
boicotar e sabotar a produção para a guerra imperialista.
Exigimos que os representantes parlamentares dos partidos social-democratas,
trabalhistas, socialistas e comunistas rompam com os Blairs, os
Jospins e os Schroeders e votem contra todo apoio político,
militar e financeiro para a guerra dos Estados Unidos.
Uma vitória do imperialismo levará à imposição
de regimes subordinados e serventes em todos os países da
região. Desmoralizará o povo palestino e alentará
o estado racista de Israel. Será um golpe ao crescente movimento
anticapitalista e impulsionará as forças pró-imperialistas.
Ao contrário, uma derrota das forças imperialistas
debilitaria seu domínio no Oriente Médio, alentaria
os trabalhadores e o movimento anticapitalista e a todos os povos
oprimidos a resistir ao imperialismo e à dominação
capitalista em todo o mundo. Uma derrota do imperialismo não
só ajudaria os trabalhadores e as massas oprimidas do mundo
em sua luta por liberar-se da exploração, mas também
alentaria, por exemplo, as massas afegãs, afundadas na miséria,
ameaçadas pela fome e subjugadas pelo regime monstruosamente
reacionário do Taleban.
Frente a um massacre sangrento dos Estados Unidos e seus aliados,
dezenas de mihares de pessoas nos países imperialistas estão
começando a construir um novo movimento contra a guerra imperialista,
que teve sua primeira expressão importante nos Estados Unidos
na mobilização de Washington do sábado 29 de
setembro e nas anteriores manifestações nos campus
universitários, assim como em outras mobilizações
protagonizadas nas capitais européias e outros países.
Esta é a chave para desmontar a campanha de guerra e evitar
que o imperialismo tome a iniciativa. Nas ruas das cidades dos Estados
Unidos, América do Sul, Europa, Oriente Médio, Ásia,
Austrália e África deve ressoar o grito Não
à guerra imperialista.
O desenvolvimento do movimento antiguerra nos países imperialistas
tem um caráter progressivo já que, conforme vão
se desenvolvendo suas ações, pode bloquear o maquinário
militar imperialista, dificultar os ataques militares, ajudar a
romper a unidade nacional reacionária que os governos imperialistas
necessitam para apoiar suas ações e desmoralizar os
soldados de seu próprio país. O melhor exemplo disto
foi o movimento contra a guerra do Vietnã que, junto com
a heróica resistência das massas vietnamitas, tornou
insustentável a campanha militar norte-americana e provocou
a primeira derrota militar do imperialismo ianque pelas mãos
de uma nação oprimida. Nas coalizões antiguerra
nos países centrais muitos dos participantes estão
cheios de ilusões pacifistas. Nos opomos a toda tentativa
de igualar a guerra dos imperialistas com a justa defesa militar
dos povos oprimidos. Não somos, portanto, neutros frente
à nova agressão imperialista: estamos pela derrota
dos Estados Unidos e seus aliados. Não haverá paz
no mundo enquanto persista a dominação imperialista.
Em particular, nos países semicoloniais, tem um papel reacionário
o pacifismo alentado pelas direções dos partidos reformistas
e burgueses, assim como pelas igrejas que chamam a condenar ioa
violência de ambos os ladoslo, colocando hipocritamente num
mesmo plano os opressores e os oprimidos. Nos países semicoloniais,
isto significa não opor nenhum tipo de resistência
à agressão imperialista.
As potências imperialistas são os principais inimigos.
Mas os comunistas revolucionários devemos rechaçar
o antiamericanismo vulgar que confunde a classe operária
norte-americana com a classe dominante norte-americana e sua política
imperialista. Este antiamericanismo é reacionário
porque confunde o ódio justificado ao imperialismo norte-americano
com o chauvinismo contra todos os norte-americanos. Freqüentemente
serve aos interesses das classes dominantes que são ou aspiram
converter-se em potências imperialistas competidoras. Devese
combater o antiamericanismo. É de grande importância
ajudar a classe operária norte-americana a romper com seus
governantes e ganhá-la para a luta contra o imperialismo
e o capitalismo global.
Esta não é uma tarefa impossível: nunca esqueceremos
que foram a classe operária norte-americana e a juventude
quem, em seu grande protesto de Seattle em 1999, deram início
ao chamado i?movimento anticapitalistali.
Rechaçamos a demonização reacionária
de todos os crentes muçulmanos. Ao mesmo tempo, dizemos claramente
que o fundamentalismo político islâmico é um
movimento completamente reacionário. Reprime as mulheres,
os trabalhadores e nega os direitos democráticos. São
movimentos policlassistas, que sob a estratégia reacionária
de impor estados teocráticos e a ieguerra santalr utilizam
o justo ódio das massas empobrecidas da região à
dominação imperialista norte-americana e a seu gendarme
no Oriente Médio, o estado de Israel.
Por sua própria estratégia, esses movimentos são
freqüentemente utilizados e alentados pelas diferentes burguesias
da região e inclusive pelas próprias potências
imperialistas, como foi o caso dos mujahidines afegãos durante
a ocupação soviética. Nenhuma liberação
virá para as massas árabes e islâmicas da mão
dessas direções.
A classe operária e as massas camponesas no Afeganistão,
Ásia Central e Oriente Médio necessitam se organizar
independentemente, para construir suas próprias organizações
de massas e milícias para derrotar a agressão imperialista
e para preparar a luta por seu próprio poder, o que implicará
também o direito à autodefesa contra os ataques às
organizações independentes do movimento de massas,
realizados pelo reacionário regime Taleban ou qualquer outra
das facções dos iosenhores da guerrale em pugna. As
mobilizações e as organizações de massas
de trabalhadores e camponeses poderiam ajudar a derrubar o mais
cedo possível os mullahs reacionários. Para que o
círculo de regimes reacionários seja quebrado, os
trabalhadores e os camponeses terão que tomar o poder e estabelecer
uma república socialista no Afeganistão e uma Federação
Socialista voluntária na Ásia Central.
Em escala mundial, o imperialismo está preparando outra espiral
sangrenta de recessão, repressão e guerra. A menos
que isso seja freado, o século XXI repetirá a história
do século XX, mas num nível novo, mais avançado
tecnologicamente, mais selvagem e mais destrutivo - que ameaça
a sobrevivência da própria civilização
humana.
Essa espiral de maior exploração, opressão
e guerra imperialista pode ser detida e derrotada. Os revolucionários
lutamos pela unidade internacionalista da classe operária,
a força social mais poderosa que pode dirigir a luta para
liquidar as bases do sistema capitalista imperialista, isto é,
o controle da economia mundial por um punhado de monopólios
e estados imperialistas que lançam à miséria
continentes inteiros, exacerbando o racismo e provocando guerra
e barbárie. Mais do que nunca está colocado que o
movimento anticapitalista, que agora pode transformar-se num movimento
contra a guerra e o imperialismo, deve unir-se profundamente à
classe operária porque só uma revolução
operária e socialista poderá tornar realidade seus
objetivos de acabar com o sistema capitalista em nível mundial.
Para alcançar isso é necessário avançar
ainda mais no internacionalismo incipiente que este movimento iniciou
com suas lutas pela abolição da dívida do terceiro
mundo, contra a pobreza e a sede de lucros dos monopólios.
Os capitalistas têm suas internacionais - o FMI, a OTAN e
a OMC. A classe operária, os jovens, os oprimidos do mundo
e todos os que lutam para acabar com a barbárie imperialista
necessitamos nossa própria internacional operária
e revolucionária, um estado-maior internacional da revolução
mundial para terminar com a dominação imperialista
e iniciar a construção de uma sociedade sem exploração,
um novo mundo sem propriedade privada, estados nacionais, racismo,
desigualdade nem conflitos militares sangrentos.
A guerra iminente coloca a imperiosa necessidade de unir contra
o inimigo comum - o imperialismo - a luta do movimento anticapitalista
dos países centrais com a dos povos dos países semicoloniais
que resistem à ofensiva imperialista e das massas oprimidas
que enfrentam hoje a agressão militar dos Estados Unidos
e seus aliados. Chamamos todas as mobilizações antic-pitalistas
dos próximos meses a empalmar a luta contra a campanha de
guerra imperialista. Transformemos o dia de ação contra
a OMC - 9 de novembro - num dia de ação contra o iocapital
globalla e a guerra imperialista! Transformemos as mobilizações
de massas contra a cúpula da União Européia,
dia 14 de dezembro, numa expressão do ódio das massas
contra a participação européia no assassinato
de massas e a agressão de Bush e Blair.
Por protestos massivos nas embaixadas e consulados norte-americanos,
nos centros financeiros, nos colégios, nas universidades
e nas sedes dos governos. Construir comitês de frente única
contra a guerra imperialista em cada cidade, em cada colégio,
em cada lugar de trabalho.
Dizemos:
- Defesa do Afeganistão - Pela derrota dos Estados Unidos
e dos ataques imperialistas!
- Tirem as mãos imperialistas de cima do Afeganistão!
- Os Estados Unidos são o maior terrorista!
- Abrir as fronteiras aos refugiados!
- Condenar a caça às bruxas e os ataques racistas
contra as pessoas muçulmanas e árabes!
- Combater os ataques às liberdades civis!
- Abolição da OTAN, instrumento da guerra global!
- Não à vigilância e repressão do estado,
não às bases de dados de ativistas, não às
novas leis antiimigrantes, não a novos poderes à polícia!
- Pela ação dos sindicatos para boicotar as tropas,
armas e provisões dirigidas aos exércitos imperialistas,
à armada e às forças aéreas!
- Rechaçar o terrorismo individual como método de
luta contra o imperialismo!
- Por uma ajuda em comida e medicamentos massiva ao Afeganistão
sem restrições ou condições!
- Abolir a dívida do terceiro mundo com os bancos ocidentais
e as instituições financeiras!
- O povo afegão é quem deve ajustar contas com o Taleban
não os exércitos imperialistas dos Estados Unidos
e Grã-Bretanha! Não à restauração
da monarquia ou dos "senhores da guerra" da Aliança
do Norte! Por um governo operário e camponês baseado
em conselhos democráticos de delegados!
- Abaixo Musharraf! Por uma república socialista do Paquistão
e federações socialistas da Ásia Central e
do subcontinente da Índia!
- Nacionalizar todas as companhias - aéreas, de seguro etc.
-, sob controle operário sem indenização aos
proprietários capitalistas, que ameacem demissões
de trabalhadores depois dos ataques de 11 de setembro!
- Não à suspensão da luta de classes nas democracias
imperialistas! Romper com a política pró-guerra dos
dirigentes social-democratas, "comunistas" oficiais e
sindicais!
- Pela vitória da intifada! Pelo direito à autodeterminação
nacional do povo palestino! Abaixo o racista Estado de Israel! Por
uma Palestina operária e socialista onde vivam em paz árabes
e judeus! Basta de sanções contra o Iraque!
- Não ao pagamento da dívida externa dos países
do "terceiro mundo"! Ruptura de todos os pactos e acordos
militares que atam as semicolônias ao imperialismo! Não
à ALCA!
- Voltar o movimento anticapitalista contra o imperialismo!
- Por um movimento juvenil internacional revolucionário!
- Por uma internacional revolucionária da classe operária,
pelo Partido Mundial da Revolução Social!
- Pela revolução operária e socialista internacional
para terminar com a dominação imperialista e construir
uma comunidade socialista mundial sem pobreza, desigualdade, opressão
nem guerra!
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